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Empreender não é simples em nenhum lugar do mundo e é especificamente mais complexo que o desejado no Brasil de agora por motivos que, além da instabilidade política recorrente, se devem tanto à nossa conjuntura de práticas históricas adversas ao movimento empreendedor quanto à carência de gerenciamento de nível profissional para tempos eletrônicos virtuais.

No contexto das práticas históricas, há o nefasto papel de um Estado mais arrecadador que investidor (em suas três esferas), sendo ele o primeiro sócio de qualquer candidato a montar um negócio, demandando o pagamento de tributos sobre o emprego (INSS e FGTS) e a operação (ISS, ICMS, IPI etc), desde o primeiro mês de existência, retirando recursos financeiros do empreendimento antes de ele atingir seu ponto de equilíbrio operacional, ou seja, o Estado onera o empreendedor durante sua fase mais complexa, onde as receitas ainda não cobrem as despesas e, muito menos, geram qualquer lucro e, desta forma, obriga a operação a se descapitalizar para honrar os impostos mensais obrigatórios que acabam saindo do próprio capital inicial levantado para o investimento.

Outro aspecto histórico dessa complexidade é uma peregrinação em busca das licenças e registros cartoriais obrigatórios e custosos, em sentido cronológico e monetário, fazendo com que o empreendedor, antes de começar a operar, tenha que buscar os serviços de um contador e, eventualmente, um advogado para a realização dos devidos contratos iniciais e cadastros em órgãos públicos.

Hoje, apesar de o rito de registro de uma empresa estar menos caótico, o defeito apontado não é de forma, mas sim de essência, pois o número de entidades públicas com as quais um negócio precisa se relacionar é, em média, três vezes maior que aquelas correspondentes na maioria dos países desenvolvidos. Por que não facilitar a vida de quem decidiu assumir riscos, investir, contratar pessoas e trabalhar duro em troca da chance de obter sucesso e lucro? 

Além disso, nossos órgãos reguladores das relações de trabalho tratam as pequenas iniciativas com as mesmas regras severas destinadas aos grandes empreendimentos, demandando de todos um alto grau de comprometimento trabalhista em operações que ainda não possuem qualquer segurança de continuidade, pois são ainda iniciativas, não negócios consolidados.

Por que, ao nos tornarmos empreendedores perdemos o abrigo social do Estado e ainda recebemos a obrigação de proteger socialmente quem ainda é uma incógnita? Pois aqueles que empregamos no início não oferecem garantias de que entregarão os resultados para ajudar a operação a sobreviver.

No tocante ao desenvolvimento de mercados pela ótica de sua dinâmica, precisamos de uma melhor qualificação profissional de gestores em nosso país. Para começar e crescer, empreendedores-gestores dependem de estudos de viabilidade, projetos técnicos, controles operacionais, clima para talentos, fluxo financeiro e entendimento do grau de satisfação dos consumidores.

Colaboradores bem-preparados para o que fazem são pessoas mais conscientes de si e do contexto onde vivem. Tempos de dinâmicas aceleradas demandam que sejamos centrados em projetos significativos, invistamos em nosso autoconhecimento e desenvolvamos o alinhamento para fazer o resultado acontecer. Devemos sacudir a cultura da remuneração do esforço para revelar outra onde os resultados atingidos sejam mais valorizados.

Podemos, também, apontar questões macroambientais econômicas, tais como a dificuldade de acesso a capital para investimentos produtivos, a pesada carga tributária (já mencionada) ou a cultura da atividade informal, como justificativas para a existência de centenas de milhares de micro e pequenas empresas, cujo faturamento mensal bruto não ultrapassa o montante de 15 salários-mínimos. Mas será que já se chegou à causa raiz do problema?

De certa forma, sim. Poderíamos chamá-la de pseudorruptura com o passado, fazendo-nos acreditar que colocamos foco nas questões atuais e nas que chegarão em breve, quando, de fato, as nossas referências ainda são de antes. Mas ainda é melhor já ter reconhecido que as coisas estão mudando, pois há muitos que ainda acreditam não haver tantas transformações assim.

Esta pseudorruptura não é um problema só dos brasileiros. Na maioria das socioculturas, as pessoas estão tentando lidar com o contexto de alterações da maneira que podem. Existe resistência sim, mas, até entre aqueles que reconhecem a necessidade de mudar, faltam-lhes os referenciais, pois o novo não tem história e é difícil seguir em frente com os conhecimentos do passado. É quase impossível tentar andar para frente olhando para trás.

Hoje, o mundo todo enfrenta o dilema causado pela aceleração da produção e difusão das informações. Novos formatos surgem e evoluem em meio aos antigos em operação. Ruptura ou adaptação? Para uns, o primeiro; para outros, o último. A questão é que tudo está em constante alteração, expondo nossa incapacidade de percepção e adaptação na velocidade das mudanças.

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